COP26: Tudo o que você precisa saber sobre a maior conferência sobre o clima do planeta
Em algum momento nesses últimos meses você deve ter ouvido falar da COP26 e sua importância não é mesmo?
No entanto, você sabe o que é COP26? Do que se trata? Qual o objetivo? É sobre isso que vamos falar nesse artigo. Tudo o que você precisa saber sobre o maior evento climático do mundo!
O que é uma COP?
Sobretudo, há quase três décadas, a Organização das Nações Unidas (ONU) reúne quase todos os países do mundo para as cúpulas climáticas globais, denominadas COPs. Significa “Conferência das Partes”.
Nesse sentido, no ano de 1992, as Nações Unidas organizaram um enorme evento no Rio de Janeiro, a Cúpula da Terra, quando adotou-se a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).
Enfim, o tratado (que hoje envolve 197 países), passou a vigorar em 1994. Nele, as nações concordam em “estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera” para prevenir uma interferência perigosa da atividade humana no sistema climático.
A COP26:
Desde 1994, como vimos no tópico anterior, realizam-se as cúpulas climáticas globais. Este deveria ser o 27° encontro anual, mas devido à pandemia de COVID-19, houve um atraso de um ano, já que o encontro de 2020 foi adiado. Por isso, a designação COP26.
O evento teve início no dia 31 de outubro de 2021 e foi até 12 de novembro de 2021 em Glasgow, na Escócia. Além disso, reuniu quase 200 países para acelerar a ação em direção aos objetivos propostos.
Em suma, a conferência teve a participação, assim como nos encontros anteriores, de chefes de Estado e dezenas de milhares de negociadores. Por exemplo, representantes do governo, empresas, ONGs e cidadãos durante os doze dias de conversações.
É importante lembrar que sobretudo, a COP26 surge como uma janela de oportunidade para evitar uma série de catástrofes.
Várias “extensões”, ou adições ao tratado UNFCCC foram negociadas durante essas COPs para estabelecer limites legalmente vinculativos sobre as emissões de gases para cada país.
Dentre elas está o Protocolo de Quioto, de 1997, que definiu qual o limite de emissões que os países desenvolvidos deveriam alcançar até 2012, e o famoso Acordo de Paris.
Durante a conferência, entre outros assuntos, as delegações finalizaram o “Regulamento de Paris”, que são as regras necessárias para implementar o Acordo.
Em síntese, e para que você entenda com clareza:
Na COP21, realizada em Paris em 2015, pela primeira vez, todos os países concordaram em trabalhar juntos para limitar o aquecimento global a menos de 2 graus, tendo como objetivo chegar a 1,5 grau.
Contudo, os compromissos estabelecidos em Paris não chegaram perto de limitar o aquecimento global a 1,5 grau e, por isso, os entendimentos na COP26 se tornaram ainda mais cruciais para o futuro do planeta.
COP26: relatório final
O texto final da COP26 publicado em 13/11/21, após duas semanas de negociações em Glasgow, teve avanços em relação ao tema do uso dos combustíveis fósseis. Ao contrário, ficou bem longe de garantir o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C, e atender à reivindicações dos países pobres por justiça climática.
Dentre os vários acordos firmados no Acordo de Paris, em 2015, os países ricos prometeram um fundo de US$ 100 bilhões anuais (a partir de 2020) para apoiar os países mais vulneráveis a enfrentarem as mudanças climáticas. Porém, esse financiamento ainda não foi colocado em prática.
As nações em desenvolvimento batalharam em Glasgow para a criação de um mecanismo específico para reparar os danos já causados, contudo, os países ricos negaram a criação deste mecanismo.
“Viemos para negociar um acordo robusto sobre as perdas e danos sofridos. Queríamos mais financiamento para nossa ação climática. Esperávamos obter apoio para nossas situações e necessidades particulares. Nós imploramos como fizemos na COP22, COP23, COP24, COP25… Esperávamos ser ouvidos, mas como em reuniões anteriores, nosso pedido foi rejeitado.”
Ministro do Meio Ambiente do Quênia, Keriako Tobiko.
Assim, o texto final propõe apenas analisar os pedidos de indenizações por danos e perdas dos países mais vulneráveis a médio prazo.
Uma emenda de última hora também chamaram a atenção. China e Índia modificaram o texto preliminar sobre a redução do uso de carvão. Nesse sentido, os países pediram que fosse documentado “redução gradual” do recurso no lugar de “eliminação”, como na proposta inicial.
Por fim, vale mencionar que o acordo pede que os governos antecipem os prazos de seus planos de redução de emissões. Desse modo, convida os 197 países participantes a reportar o progresso sobre as ações climáticas no evento do próximo ano, na COP27, que vai acontecer no Egito.
Avanços da COP26: energia limpa em evidência
Em contrapartida as lacunas deixadas no texto final da COP26, temos também os avanços e a energia limpa está entre eles.
Cerca de 450 organizações financeiras, que controlam US$130 trilhões, concordaram em apoiar a tecnologia “limpa”, como energia renovável, e, para isso, direcionar o financiamento das indústrias de queima de combustíveis fósseis.
Nesse sentido, mais de 40 países – incluindo grandes usuários de carvão, como Polônia, Vietnã e Chile – concordaram em abandonar o carvão, um dos maiores geradores de emissões de carbono.
Com relação ao transporte, governos e empresas assinaram compromisso para encerrar a venda de motores de combustão interna até 2035 nos principais mercados em 2040 em todo o mundo.
Sob o mesmo ponto de vista, os ambientalistas destacam duas declarações importantes para a mitigação dos gases de efeito estufa como carbono e metano – ambas foram assinadas pelo Brasil.
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Por fim, em vídeo enviado para fechar o evento, António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas desde 2017, declarou que é o momento de entrarmos em “ritmo de emergência”, eliminando os subsídios para todos os combustíveis fósseis.
Afirmou também que esses objetivos não foram atingidos na Conferência, mas que foram alcançados importantes passos para o progresso da agenda.
Fonte: https://news.un.org/ e https://g1.globo.com/meio-ambiente
Esperamos ter ajudado você a entender um pouco mais sobre a COP26. Deixe sua opinião nos comentários sobre o uso de energia limpa nos próximos anos.
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Até a próxima!
Thuany Santos
Jornalista
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