PLD Horário: entenda a mudança e seu impacto para o consumidor
O cálculo do consumo da energia elétrica muda a partir de janeiro de 2021 e tende a impactar primeiramente indústria e comércio. Nesse blog post você vai entender como funciona o novo cálculo do PLD horário e como isso pode impactar os consumidores com sistemas fotovoltaicos conectados à rede da concessionária.
O PLD horário é uma mudança que foi feita pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Contudo, antes de mais nada, você deve saber o que é o PLD horário para, em seguida, discutirmos sobre as mudanças.
Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), é o valor de referência usado pelo CCEE para saber o quanto o consumidor deve pagar quando a quantidade de energia consumida for maior do que a prevista no contrato com o gerador.
Até dezembro/2020, calculava-se o PLD por semana, apenas com base em estimativas, a CCEE considera as variações de consumo com base nos chamados patamares:
- leve (quando há menos demanda);
- médio;
- pesado (quando a demanda é maior).
Contudo, desde 1º de janeiro de 2021, uma nova forma de cálculo de preço da energia elétrica, foi imposta. Agora, com o PLD horário, a revisão de preços ficará mais precisa (mais próxima do real), de forma a diminuir diferenças entre a projeção e a real operação do sistema. Além disso, para poder ser acompanhado, tudo será divulgado de modo oficial diariamente.
Ainda tem dúvidas sobre os impactos dessa mudança? Então continue a leitura que vamos explicar mais.
Como é fora do Brasil?
Ao passo que no Brasil essa troca só aconteceu agora, no mundo, há países que já adotam modelos ainda mais precisos. Por exemplo, na província de Alberta, no Canadá, a base é modificada a cada minuto.
Veja abaixo:
Interessante né? Agora, veja no próximo tópico o que isso representa para os consumidores.
A adoção do PLD horário representa a mudança da matriz elétrica!
Em suma, a intenção de se implantar preços horários não é recente. A primeira vez em que foi proposta ocorreu em agosto de 2000. A justificativa para a não implantação à época foi em virtude da matriz elétrica brasileira.
Hoje, por exemplo, a situação mudou: as usinas hidrelétricas respondem não mais por 90% da geração elétrica, mas por 59,9% e esse percentual poderá cair para abaixo dos 50% em 2029, segundo previsões da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Veja o gráfico aqui.
De acordo com o que a Enel diz, a geração de energia elétrica tem mudado no Brasil nas últimas duas décadas e continuará essa transformação ao longo dos próximos anos.
No fim da década de 1990, a participação do vento, sol e do gás natural mal respondia em 1% da matriz. Hoje as hidrelétricas respondem por 59,9% da geração, enquanto as fontes solar e eólica já respondem por mais de 10% da geração de energia elétrica.
Em conclusão, conforme o Plano Decenal de Expansão de Energia 2029 (PDE 2029), a previsão é que a participação da energia solar salte de 1,6%, em 2020, para 8%, em 2029.
Quais consumidores a mudança do PLD horário impacta?
De antemão, é válido informar que o PLD horário não vai atingir ainda, de maneira direta, os consumidores residenciais.
Contudo, a história muda para empresas que participam do mercado livre de energia. Isso porque os contratos de compra de energia, originados dos leilões, compreendem períodos maiores de tempo.
É o que afirma Alejandro Arnau, diretor-geral da ME Consultores:
“As empresas têm energia comprada até 2025, com preços fixados nos leilões”.
Do mesmo modo, o novo modelo traz sofisticação ao mercado livre e à oportunidade de criação de novos produtos. Dessa forma, o preço horário poderá levar a novos contratos e à maior flexibilização do uso da energia, com consumidores diminuindo o uso da carga em períodos em que o preço está mais caro.
Há espaço também para o uso de armazenamento de energia, em que as baterias são usadas para gerar energia em momentos em que usar eletricidade da rede é mais caro.
- Infográfico: Aprenda tudo sobre como armazenar energia solar
- Mercado Solar: Saiba Tudo Sobre A Resolução N°15 Do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)
Em conclusão, o consumidor do mercado cativo pode sentir a mudança de forma mais direta se, no futuro, se concretizar a abertura do mercado. Por enquanto, ainda não há previsão de quando a compra e venda de energia elétrica no país será completamente livre.
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/
E aí, o que você achou sobre essa mudança? Deixe um comentário com a sua opinião. Não esqueça também de compartilhar esse post em suas redes sociais.
Até a próxima!